quarta-feira, 1 de agosto de 2018

COMUNICAÇÃO EM FAMÍLIAS DE DEPENDENTES





A comunicação em famílias de dependentes é frequentemente patológica

Nas famílias onde existe um toxicodependente, o diálogo ou é inexistente ou é ambíguo, apresentando falta de clareza. Por vezes existe uma circulação excessiva de informação e por vezes escassez da mesma. Os jogos de segredos tornam o processo comunicacional ainda mais difícil, assumindo o consumo de drogas, uma função de comunicação.

Ausloos acentua este aspeto da família e vê no sintoma da droga uma linguagem, um modo de comunicar. Stanton e seus colaboradores referem que a rigidez do sistema familiar é claramente evidente e o consumo de drogas é percecionado como um sintoma de uma família disfuncionante.

É difícil detetar a patologia da família do toxicodependente, estando esta camuflada, só sendo trazida através da manifestação de um sintoma por parte de um dos elementos da família, nomeadamente a toxicodependência que funciona como rutura da falsa estabilidade familiar.

Muitas vezes os filhos toxicodependentes cumprem a função de canal de comunicação entre os pais, tentando triangular as suas relações (quando estes estão demasiado afastados), tornando-se assim no foco das atenções e garantindo as tomadas de papéis por parte dos seus pais (e, consequentemente, o retomar da sua relação, quanto mais não seja parcialmente).

Sofia Almeida
01/08/2018

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