Quantos de nós sabemos
verdadeiramente quem somos e o que queremos?
Especialistas em comportamento
humano defendem que nem sempre é fácil tomar consciência da nossa identidade e
do que nos dá sentido à vida.
Poderá ser um percurso
acidentado, este, o da maturação. Aprender com os erros, reafirmar convicções, atentos
aos nossos limites, orientados pelos nossos valores, com a coragem de nos
levantarmos…Sempre!
O valor que damos à aceitação
social em detrimento da coerência com os nossos próprios valores leva-nos frequentemente
a orientarmo-nos por padrões e expectativas alheios que em nada favorecem a
afirmação da nossa identidade, confundindo a imagem que temos de nós com aquela
como os outros nos vêem.
Para muitos de nós é difícil
estarmos sozinhos, especialmente em momentos dolorosos, tais como separações
e/ou divórcios. É frequente não se dar tempo ao tempo e partir-se em busca de algo
ou alguém que preencha o vazio e alivie a sensação de fracasso na relação
terminada.
Ficar sozinho por opção própria e
por tempo indeterminado favorece o confronto com os dilemas interiores comuns, como
a solidão, o medo, a frustração, o erro, mas permite-nos redescobrir sentimentos
e emoções, batalhando contra as dependências relacionais.
Criamos dependências relacionais
com relativa facilidade, contudo, quantas vezes ao longo da vida nos assalta a
ideia de sermos livres? E o desejo de nos libertarmos de velhos hábitos e
rotinas colide muitas vezes com outros desejos não menos comuns, como o desejo
de segurança e de partilha.
Paulo Ratki defende a ideia de
que liberdade e amor andam juntos. O amor é estarmos atentos ao outro e sermos gratos
por isso mesmo. Não é uma troca, nem mesmo uma doação. Segundo o autor, é
somente neste amor que poderemos encontrar a verdadeira liberdade. Precisamos
descobrir sozinhos o que significa amar, porque se não amarmos, nunca seremos
atentos, e pior, nunca seremos gratos. Mas para termos sensibilidade e recetividade
é preciso termos liberdade; e para sermos livres precisamos amar. Sem amor não
há liberdade.
É fundamental
descobrirmos o que dá sentido à nossa vida
Sofia Almeida
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