quarta-feira, 1 de agosto de 2018

HOMEOSTASE NA TOXICODEPENDÊNCIA





Ao analisarmos a família como uma globalidade de trocas, mensagens e de relações que se interligam e complementam, devemos considerar que qualquer problema ou sintoma de um dos elementos da família não pode ser visto como um problema isolado.

A regulação do sistema familiar é regido por dois movimentos que se interligam de modo a encontrar o equilíbrio, são eles a homeostase e a morfogénese. Por um lado, a morfogénese impulsiona o sistema familiar para a mudança necessária nos momentos de stresse do ciclo vital da família; por outro lado, a homeostase impulsiona o sistema para o equilíbrio. É da conjugação harmoniosa destes movimentos que a família vai permitindo aos seus elementos o cumprimento das suas funções internas e externas.

Homeostase ou homeostasia, segundo a Wikipédia, é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo. É a propriedade de um sistema aberto, especialmente dos seres vivos, de regular o seu ambiente interno, de modo a manter uma condição estável mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico, controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados.

A toxicodependência funciona na família como o sintoma de que a estrutura familiar necessita para manter a homeostase, tendo uma função estabilizadora. Stanton e seus colaboradores formulam mesmo a hipótese de que a dependência à droga possa funcionar como um mecanismo estabilizador quando a balança homeostática familiar entra em rutura. A droga é a prova da rotura do equilíbrio e das frechas na funcionalidade do sistema familiar.

O papel do toxicodependente, enquanto “paciente identificado” pode deslocar-se dentro da família para um qualquer irmão, permitindo a modificação do sistema sem que nada mude. “O sintoma preenche novamente os requisitos homeostáticos da família em momentos diferentes e por meios diferentes” (Sternschuss-Angel).
            Sofia Almeida
01/08/2018




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