Ao analisarmos a família como uma globalidade de trocas, mensagens
e de relações que se interligam e complementam, devemos considerar que qualquer
problema ou sintoma de um dos elementos da família não pode ser visto como um
problema isolado.
A regulação do sistema familiar é regido por dois movimentos que
se interligam de modo a encontrar o equilíbrio, são eles a homeostase e a
morfogénese. Por um lado, a morfogénese impulsiona o sistema familiar para a
mudança necessária nos momentos de stresse do ciclo vital da família; por outro
lado, a homeostase impulsiona o sistema para o equilíbrio. É da conjugação
harmoniosa destes movimentos que a família vai permitindo aos seus elementos o
cumprimento das suas funções internas e externas.
Homeostase ou homeostasia, segundo a
Wikipédia, é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo. É a propriedade de um sistema aberto, especialmente dos seres vivos, de regular o seu ambiente interno, de modo a manter uma condição
estável mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico, controlados por mecanismos de
regulação inter-relacionados.
A toxicodependência funciona na família como o sintoma de que a
estrutura familiar necessita para manter a homeostase, tendo uma função
estabilizadora. Stanton e seus colaboradores formulam mesmo a hipótese de que a
dependência à droga possa funcionar como um mecanismo estabilizador quando a
balança homeostática familiar entra em rutura. A droga é a prova da rotura do
equilíbrio e das frechas na funcionalidade do sistema familiar.
O papel do toxicodependente, enquanto “paciente identificado” pode
deslocar-se dentro da família para um qualquer irmão, permitindo a modificação
do sistema sem que nada mude. “O sintoma preenche novamente os requisitos
homeostáticos da família em momentos diferentes e por meios diferentes”
(Sternschuss-Angel).
Sofia
Almeida
01/08/2018
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