Verifica-se uma maior frequência de problemas de disciplina em
famílias com elementos toxicodependentes. Diversos estudos têm evidenciado uma
extrema indulgência e inconsistência parental para com o dependente.
Oscilando muitas vezes entre o estilo laissez-faire e um estilo autoritário, estes pais revelam muitas
dificuldades em definir regras educativas claras, embora possam definir limites
rígidos para certos comportamentos. Quando esta postura é adotada por cada um
dos progenitores em momentos diferentes, a perturbação é ainda maior,
originando muitas vezes, triângulos relacionais disfuncionais, marcados por
fortes coligações.
Há famílias onde apenas um dos estilos educativos é predominante:
O laissez-faire ou o autoritário.
Raramente se encontra “um estilo democrático que comprometa pais e filhos na
definição e controlo das regras (Fleming).
As regras hierárquicas são
praticamente inexistentes ou então verifica-se uma inversão da hierarquia
geracional tornando as fronteiras difusas. Stanton e Todd fazem referência a
uma inversão da hierarquia familiar, de tal modo que o subsistema parental se
torna menos influente que o subsistema filial.
Para além da ausência de clareza e de consistência nas normas
parentais, a indefinição de limites é também frequente. Os pais entram
frequentemente em conflito sobre o modo de educar e os tipos de disciplina a
utilizar, o que se torna ainda mais difícil, quando na maior parte das vezes os
toxicodependentes não os tiveram na infância e na adolescência.
Stanton e Todd confirmam esta ideia falando de fronteiras ou
limites pouco claros no subsistema familiar. Kaufman
refere uma ausência de limites e elos claros na díade pai-filho resultando numa
relação de emaranhamento, distantes ou demasiado difusas e equívocas.
Sofia Almeida
02/08/2018
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