quinta-feira, 2 de agosto de 2018

INCONSISTÊNCIA PARENTAL




Verifica-se uma maior frequência de problemas de disciplina em famílias com elementos toxicodependentes. Diversos estudos têm evidenciado uma extrema indulgência e inconsistência parental para com o dependente.

Oscilando muitas vezes entre o estilo laissez-faire e um estilo autoritário, estes pais revelam muitas dificuldades em definir regras educativas claras, embora possam definir limites rígidos para certos comportamentos. Quando esta postura é adotada por cada um dos progenitores em momentos diferentes, a perturbação é ainda maior, originando muitas vezes, triângulos relacionais disfuncionais, marcados por fortes coligações.

Há famílias onde apenas um dos estilos educativos é predominante: O laissez-faire ou o autoritário. Raramente se encontra “um estilo democrático que comprometa pais e filhos na definição e controlo das regras (Fleming).

As regras hierárquicas são praticamente inexistentes ou então verifica-se uma inversão da hierarquia geracional tornando as fronteiras difusas. Stanton e Todd fazem referência a uma inversão da hierarquia familiar, de tal modo que o subsistema parental se torna menos influente que o subsistema filial.

Para além da ausência de clareza e de consistência nas normas parentais, a indefinição de limites é também frequente. Os pais entram frequentemente em conflito sobre o modo de educar e os tipos de disciplina a utilizar, o que se torna ainda mais difícil, quando na maior parte das vezes os toxicodependentes não os tiveram na infância e na adolescência.

Stanton e Todd confirmam esta ideia falando de fronteiras ou limites pouco claros no subsistema familiar. Kaufman refere uma ausência de limites e elos claros na díade pai-filho resultando numa relação de emaranhamento, distantes ou demasiado difusas e equívocas.

Sofia Almeida
02/08/2018



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