Por vezes a anamnese do toxicodependente mostra-se
aparentemente limpa de fatores vulnerabilizantes.
Muitas vezes a família gera um escudo de proteção à volta
da criança, escudo este que evita por um lado, os perigos do exterior, mas
também cria um meio artificial onde a criança não aprende a lidar com a
situação de perigo ou de conflito.
Também o excesso de apreciação gera um escudo narcísico
que não favorece o desenvolvimento dum narcisismo normal, segundo Fleming,
pois, sistematicamente “elogiadas e admiradas, mesmo quando cometiam faltas
graves, estas crianças, a quem o espelho do olhar do outro sempre devolveram
uma imagem de ser grandioso, desenvolveram uma autoadmiração acrítica que se
transforma numa fonte exclusiva de autoestima”.
Ainda segundo a autora, estas crianças não foram expostas
a fatores de risco o que, mais tarde, na sequência de algo que não correu bem,
surgem perturbações de comportamento, nomeadamente os aditivos, pelo que, o
encontro e a descoberta dos efeitos poderosos e mágicos das substâncias tóxicas
podem satisfazer de imediato o desequilíbrio e reparar o dano narcísico”
Sofia
Almeida
30/08/2018
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