sexta-feira, 27 de julho de 2018

FILHOS DAS DEPENDÊNCIAS




Numa família em que os progenitores apresentam problemas de dependência, os filhos adotam consciente e/ou inconscientemente comportamentos de sobrevivência à crise familiar

Segundo a Psicóloga Cristina Prados, verifica-se com frequência o desempenho de papéis diferentes entre os filhos do mesmo sistema familiar, normalmente associados ao respetivo lugar na fratria, respetivamente, o papel de “herói”, o de “ovelha negra”, o da “criança esquecida” e o de “mascote”.

O papel de herói cabe normalmente ao filho mais velho. É o mais responsável, protetor e conciliador, que se comporta como um segundo pai ou segunda mãe dos irmãos, e que procura receber a aprovação dos outros, especialmente a dos adultos.

O papel do segundo filho é o de “Ovelha negra” que usa o seu comportamento problemático para desafiar as normas da família e da escola, procurando desviar a atenção da dependência do progenitor para si mesmo, como se este fosse o verdadeiro problema da família.

Outro papel é o da criança esquecida que permanece invisível aos olhos da família, sem dar problemas, nem chamar a atenção para si mesmo, a não ser servir de consolo do progenitor não dependente. Este filho adapta-se constantemente às mudanças e necessidades familiares.

O papel desempenhado normalmente por um filho mais novo é o de “palhaço”, o qual usa o seu bom humor e encanto para distrair as atenções das tensões geradas em família e muitas vezes para enfrentar a dor e mascarar os seus medos e inseguranças.

A Psicóloga Cristina Prados refere que existem consequências desadaptativas, algumas específicas para o desempenho de cada um destes papéis, outras mais generalistas, tais como: fragilidades emocionais, comportamentos aditivos, bloqueios emocionais, dificuldades relacionais, problemas psicossomáticos, baixa autoestima, comportamentos antissociais, stresse e ansiedade.

Sofia Almeida
27/07/2018

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