Numa família em que os progenitores
apresentam problemas de dependência, os filhos adotam consciente e/ou
inconscientemente comportamentos de sobrevivência à crise familiar
Segundo a Psicóloga Cristina
Prados, verifica-se com frequência o desempenho de papéis diferentes entre os
filhos do mesmo sistema familiar, normalmente associados ao respetivo lugar na
fratria, respetivamente, o papel de “herói”, o de “ovelha negra”, o da “criança
esquecida” e o de “mascote”.
O papel de herói cabe normalmente
ao filho mais velho. É o mais responsável, protetor e conciliador, que se
comporta como um segundo pai ou segunda mãe dos irmãos, e que procura receber a
aprovação dos outros, especialmente a dos adultos.
O papel do segundo filho é o de
“Ovelha negra” que usa o seu comportamento problemático para desafiar as normas
da família e da escola, procurando desviar a atenção da dependência do
progenitor para si mesmo, como se este fosse o verdadeiro problema da família.
Outro papel é o da criança
esquecida que permanece invisível aos olhos da família, sem dar problemas, nem
chamar a atenção para si mesmo, a não ser servir de consolo do progenitor não
dependente. Este filho adapta-se constantemente às mudanças e necessidades
familiares.
O papel desempenhado normalmente
por um filho mais novo é o de “palhaço”, o qual usa o seu bom humor e encanto
para distrair as atenções das tensões geradas em família e muitas vezes para
enfrentar a dor e mascarar os seus medos e inseguranças.
A Psicóloga Cristina Prados
refere que existem consequências desadaptativas, algumas específicas para o
desempenho de cada um destes papéis, outras mais generalistas, tais como:
fragilidades emocionais, comportamentos aditivos, bloqueios emocionais,
dificuldades relacionais, problemas psicossomáticos, baixa autoestima,
comportamentos antissociais, stresse e ansiedade.
Sofia Almeida
27/07/2018
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