segunda-feira, 30 de julho de 2018

O VALOR DA DROGA



O valor da droga pode ser comunicacional e/ou desenvolvimental

Segundo Relvas, “o valor da Droga” pode ser comunicacional e/ou desenvolvimental. O valor comunicacional pode ser descrito em três níveis: um nível semântico, relativo ao significado do comportamento aditivo para cada um dos membros da família; um nível sintático, em que se expressam as regras específicas da interação familiar (o que é ou não aceite), e um nível pragmático, que é correspondente ao resultado evidente da conduta toxicómana.

O valor desenvolvimental surge quando pensamos na adolescência associada ao comportamento do toxicodependente, principalmente, por ser nesta altura em que tal comportamento pode evitar que quer a família quer o adolescente, assumam determinadas tarefas desenvolvimentais específicas das idades que têm e, naturalmente, da fase do ciclo de vida que atravessam, nomeadamente, na adolescência, em que o “jovem não se torna uma pessoa autónoma, não abandona o lar e os seus pais não deixam de assumir as suas funções e deveres parentais.

Para Amaral Dias, o sintoma em si, na sua essência, é indicador da forma como o sistema familiar regula os seus conflitos internos: “O sintoma funciona como uma resolução paradoxal do conflito, encerrando em si o partir e o ficar”, que Stanton designou por pseudo-individuação.

Urbano, defende que as dependências revestem-se em muitos casos de determinados ganhos secundários nas famílias, sobretudo aos servir de objeto transitivo, permitindo a mediação entre a dependência infantil e a autonomia adulta.

A toxicodependência pode também traduzir a existência de uma conduta de sacrifício pelo jovem desempenhada. Eles próprios designam-se como vítimas expiatórias contra quem estaria a sociedade em geral.
Sofia Almeida
30/07/2018

Sem comentários:

Enviar um comentário