O conceito de amor platónico deve-se a Platão, filósofo grego (350 a.c.) que acreditava na existência de dois mundos: o das ideias, onde tudo era perfeito e eterno e o mundo real, exatamente o oposto. Nesse sentido, viver um amor platónico é viver simultaneamente em dois mundos: um onde estamos sozinhos e outro onde namoramos e procuramos ser felizes.
Segundo Catarina Mexia, Psicóloga Clínica, terapeuta familiar e do casal, no amor impossível, o ser amado é colocado numa posição inatingível e ocorre com maior frequência no período da adolescência e em jovens adultos, mais tímidos e com dificuldades em aproximarem-se de quem amam, derivado de sentimentos como a insegurança e/ou imaturidade.
Muitas vezes o receio de não ser correspondido contribui para amar à distância e impede a sensação de amar e ser amado, cuidar e ser cuidado. Mas é esta troca de experiências emocionais que permite o sentimento de que amar vale a pena.
Outras vezes o receio de sofrer, levam-nas a não realizarem um amor, evitando desapontamentos e tristezas próprias de quem esta enamorado.
Infelizmente, a realidade das relações amorosas anda afastada da maioria das fantasias das pessoas acerca do par e da relação ideal onde reina a compreensão total, a perfeita compatibilidade e paixão eterna.
Uma relação amorosa implica crescimento pessoal e crescimento implica grande parte das vezes sofrimento, mas também felicidade. Todo o processo de namoro é um risco, uma prova de quem somos e da aceitação que os outros têm de nós.
Depois, lutar pelo amor exige sair da nossa zona de conforto. Obriga-nos a cedências, e à aceitação do outro tal como ele é. Seguem-se desentendimentos, dificuldades e frustrações que resultam normalmente na criação implícita de regras, também elas fundamentais na relação.
Mas, em última análise, todas as relações começam por ser platónicas e todos os namorados idealizados. Necessitamos de nos envolvermos para crescermos, e para crescermos temos que arriscar. Se estivermos nesta disposição poderemos finalmente tirar todo o prazer do amor pleno.
Sofia Almeida
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