quarta-feira, 28 de agosto de 2013

REPROVAÇÕES ESCOLARES


 

 
A findar a época balnear, aproxima-se a passos largos o regresso às aulas. A grande maioria dos pais e filhos já terá começado as correrias para as livrarias e papelarias à procura dos novos manuais adotados para o próximo ano letivo.

Neste artigo, procuro refletir sobre as reprovações escolares, ainda que não me refira às reprovações decorrentes da preguiça ou dificuldades de aprendizagem. Centro-me apenas nos danos colaterais daqueles alunos que são obrigados a repetir o ano escolar, sem que os pais e os professores tenham percebido de facto, que tipo de dificuldades os condiciona.





Falamos de desmotivação generalizada? Existência de conflitos internos por resolver? Falta de estímulos parentais na aprendizagem? Falta de curiosidade natural? Filhos de famílias disfuncionais onde falta a comunicação e/ou os afetos?


 
 
 
Uma reprovação escolar pode constituir um forte obstáculo ao desenvolvimento integral da criança ou adolescente repetente. Para além do estigma social, a sua autoestima e relação com os pares poderão ficar seriamente afetadas. De tal forma que se poderão sentir inibidos para melhorarem o seu desempenho escolar, ou em última instância, desinteressarem-se pela escola, abandonando-a ou adotando comportamentos rebeldes.

 
 
Por todos estes motivos e por todos aqueles que não são aqui referenciados (investimento financeiro dos pais, stresse, vulnerabilidades) vale a pena aos pais aliarem-se aos professores neste processo de educação, logo desde o início do ano letivo, procurando aproximar-se progressivamente da escola, implicando-se neste processo tão complexo como é a educação dos nossos filhos.




Sofia Almeida




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

DIFERENÇAS CULTURAIS NOS MODELOS PARENTAIS


 
 
Alguns Best-Sellers recentemente publicados na comunidade internacional vieram reacender o debate sobre as melhores culturas para se educarem as nossas crianças. Longe de reunirem consenso, os  vários autores que apresento de seguida, vieram a público defender diferentes modelos teóricos educacionais, dos mais permissivos aos mais autoritários, do Oriente ao Ocidente.
Uma Professora Universitária de Direito na Universidade de Yale, Amy Chua, autora de “O grito de guerra da mãe tigre” chocou os seus leitores quando divulgou que as mães chinesas proíbem a televisão e os jogos de vídeo aos filhos, impõem-lhes a aprendizagem de um instrumento musical e exercem um controlo cerrado ao longo do seu desenvolvimento.

O empresário Xiao Baiyou, também conhecido como Pai Lobo, despoletou uma grande polémica quando publicou o seu livro “Eis como os meus filhos entraram para Beida”. Explica que o segredo do sucesso da educação que administra aos seus quatro filhos reside numa bengala de Bambu, tão dura quanto flexível. Provoca uma dor insuportável na pele mas não afeta os músculos nem os ossos. Segundo ele não se pode perder milhares de anos de tradição chinesa.




Estas fotos de Duo Duo, uma criança de quatro anos, correram mundo, quando o seu pai ( Pai-Águia) o deixou quase nu a correr sobre a neve em pleno inverno de Nova York, alegando que desejava tornar o seu filho mais forte.




Já no Ocidente, uma Antiga Repórter do Wall Street Journal, Pamela Druckerman, veio mais recentemente tecer louvores aos modelos educacionais adotados pelas mães francesas, pois segundo esta autora, estas mães não deixam as suas crianças comer entre as refeições, mas também não as pressionam para se tornarem grandes génios. São mães mais descontraídas, que não brincam tanto com os filhos, mas procuram que estes usufruam de parques e jardins públicos. Já as mães norte-americanas, considera que são obcecadas pelos seus filhos e vivem amedrontadas com eventuais sequestros.

Na opinião de Atahualpa Vargas, Psicólogo Infantil, as mães bolivianas são reconhecidas pelos norte-americanos pela sua devoção aos filhos.




O Professor Universitário Griffith Addfwyn defende que o modelo educacional adotado pelas mães gaulesas superam todos os outros atrás referidos pois o segredo do sucesso na educação das crianças está em não idolatrar os filhos em demasia.

As Super-Mães das Ilhas Fiji defendem que as crianças educadas no Pacífico Sul serão adultos mais felizes, justificando que o clima e a segurança lhes permite brincar na rua quase todo o ano.

Uma mãe alemã que teve por duas vezes trigémeos, veio também a público defender o modelo adotado pelas mães mongóis, pois estas criam os seus filhos em meios ambientes tranquilos, porque os seus maridos passam muito tempo ausentes de casa, deixando-lhes maior disponibilidade para acompanharem as suas crianças.


Opiniões à parte, considero que não existem receitas universais para educarmos os nossos filhos. Em qualquer cultura ocidental ou oriental encontramos excelentes e esforçadas mães que amam os seus filhos e cuidam deles com verdadeiro sentido de missão.

Caso seja mãe e não sinta toda esta devoção na criação dos seus filhos, pode sempre ligar-se ao blogue da italiana Silvia Crema “CLUB CATTIVE MAMME” (O clube das más mães). Segundo esta Bloguer, pode ser considerada uma má mãe, aquela que por vezes se impacienta com os filhos; que não dá proporções dieteticamente equilibradas de legumes e vegetais às crianças; que não pondera o tempo disponibilizado destas a ver televisão; que os deixa patinhar na lama ou ainda, que não suspende uma sessão no ginásio para satisfazer um qualquer capricho do filhote.

Haja sensibilidade e bom senso e tudo correrá pelo melhor!!! 



Sofia Almeida 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

TEMPO PARA A FAMÍLIA

 



Para um desenvolvimento saudável das crianças é necessário que desde logo, à nascença, estas sintam o olhar atento dos seus pais, com um colinho sempre disponível e um dedo mindinho adivinhador.

A questão da gestão do tempo da família é de tal forma relevante no desenvolvimento das crianças que cada vez mais os profissionais de saúde mental alertam para esta necessidade, principalmente durante o período da infância e adolescência, pois justificam que é através destes momentos que as crianças vão construindo a sua personalidade, reforçando a sua autoestima e autonomia.

Pensava-se antes que a qualidade do tempo disponibilizado era mais importante do que a quantidade de tempo. É certo que a quantidade pouco importa se a interação entre pais e filhos for de fraca qualidade (interação pobre em partilha de afetos e de estímulos apropriados e oportunos relativamente às necessidades de cada criança). Mas também é certo que só passando mais tempo com os filhos é que a qualidade da relação melhora. Indubitavelmente, sem a presença regular dos pais, as crianças dificilmente se sentirão acompanhadas, protegidas e amadas convenientemente.




Atualmente, aliado às frequentes faltas de políticas públicas e/ou privadas de apoio às famílias, muitos pais enfrentam o dilema de compatibilizar as suas exigências profissionais com as necessidades de disponibilizar tempo junto dos seus filhos. Quantos pais se envolveram em vidas profissionais frenéticas (por necessidade, por realização profissional ou apenas por oportunidades imperdíveis), procurando não só o sustento familiar, mas também o seu bem-estar, sem estarem conscientes dos respetivos prejuízos no tempo dedicado à família, tantas vezes, difíceis de remediar mais tarde.


O frenético ritmo a que as famílias contemporâneas estão atualmente sujeitas, exige uma melhor gestão do tempo em quantidade e qualidade, mas, rentabilizando o tempo do seu quotidiano, os pais podem conseguir encontrar mais tempo para a família, de forma a estarem mais tempo com os seus membros, por isso, aqui ficam algumas dicas.

Dicas:
Ø  Reflita no seu dia-a-dia e procure organizá-lo eliminando tarefas dispensáveis e pouco proveitosas;
Ø  Partilhe equilibradamente com o seu cônjuge as tarefas e atividades a realizar com as crianças;
Ø  Aproveite o transporte diário das suas crianças à escola (se for o caso), para conversar e apurar sobre o seu bem estar;
Ø  Nas tarefas domésticas, peça-lhes ajuda adequada à sua idade. Vai perceber quão preciosa esta ajuda se torna no vosso quotidiano e de como os ajuda a desenvolverem várias aptidões pessoais;
Ø  Aproveite os momentos dedicados à televisão e videojogos para interagir com os seus filhos. Fica a conhecer melhor os seus gostos e interesses e aproveita para se descontrair, reforçando os tão necessários laços familiares, através da cumplicidade;
Ø  Não preencha o tempo dos seus filhos com uma agenda exigente. As ofertas de tempos livres são variadas, mas tempo para brincar é essencial para um desenvolvimento saudável e, melhor ainda, se os pais participarem com regularidade;
Ø  Recorra moderadamente à sua rede social de apoio (familiares, amigos, vizinhos) desde que os interesses das crianças sejam respeitados;


Sofia Almeida

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

FESTIVAIS DE MÚSICA


 

 
 
Em Portugal, no mês de agosto do ano de 1971 ocorreu o primeiro festival de música de verão – Festival de Vilar de Mouros, na então desconhecida localidade minhota, organizado pelo pioneiro António Barge. Nesta primeira edição, o cartaz musical foi composto por artistas nacionais conceituados como Amália Rodrigues e Duo Ouro Negro, mas também por lendas internacionais como Elton John e Manfred Mann que levaram ao rubro mais de trinta mil pessoas.

Contudo, não obstante a calorosa receção do público, apenas dois anos depois se realizou a segunda edição do festival, nessa altura com os U2, Stranglres, Já Fumega e Heróis do Mar como cabeças de cartaz de uma extensa lista de músicos mais ou menos célebres de diversos estilos musicais. Em 1996 ocorreu a terceira edição, mas foi só a partir de 1999 que as edições passaram a ser anuais.



Em quarenta anos os festivais de música de verão amadureceram e tornaram-se num fenómeno de sucesso, a que milhares de jovens aderem anualmente. De de norte a sul de Portugal em poucos dias de intervalo, multiplicam-se estes eventos que já não estão apenas focalizados no espetáculo musical, mas na diversidade que a indústria do entretenimento e do turismo nos podem proporcionar, como a prática de desportos radicais, zonas de comércio e exposições culturais.
É nesta multiplicidade de ofertas a preços relativamente acessíveis que reside essencialmente o sucesso que os festivais alcançaram atualmente. Em poucos dias é possível assistir-se a dezenas de concertos assinados por sonantes nomes nacionais e internacionais, bem como, assistir ao nascimento de tantos outros nomes que dão os primeiros passos na música.
Hoje em dia existem empresas de produção de eventos que trabalham o ano inteiro na construção de autênticas cidades no meio de campos arborizados e zonas fluviais como pano de fundo. Empregam (ainda que temporariamente) milhares de pessoas, mobilizam serviços essenciais no ramo da segurança e assistência médica e atraiem os indispensáveis patrocinadores.
O público deste género de evento, designa-se por festivaleiros, sendo que a maioria são jovens entre os 16 e 30 anos, que não resistem ao apelo da música ao ar livre, na companhia de amigos e recentes conhecidos, cujos pais acederam autorizar e até financiar uma multiplicidade de emoções e vivências que nem sempre se resumem apenas ao prazer da música e do convívio.
Nunca é demais relembrar, portanto, que é preciso saber viver, aproveitando as oportunidades que surgem, mas com cautela e bom senso, pois os perigos também fazem parte desta realidade.


Sofia Almeida

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

CAMPOS DE FÉRIAS

 




As férias são uma excelente oportunidade para se experiênciar intensamente um campo de férias.
Quantos pais se vêem absorvidos com a planificação das extensas férias letivas das suas crianças, não descurando a sua segurança, mas proporcionando-lhes vivências fantásticas e inesquecíveis.

Os campos de férias são normalmente sinónimo de felicidade e bem-estar das crianças, onde o espírito dominante é aprender a conviver e alargar horizontes.

As atividades são sempre orientadas e acompanhadas por profissionais com formação específica e vão desde os tradicionais jogos (caça ao tesouro, jogos de orientação e de estratégia) às atividades desportivas mais radicais, passando pelos desportos náuticos) sempre com a natureza como pano de fundo, sendo que a televisão e o computador não constam normalmente de nenhum programa de divertimento.

Para os adolescentes, a primeira opção poderá passar por escolher os mesmos destinos de férias, com os amigos de sempre, mas aceite a aventura, raramente regressam dos campos arrependidos.

É certo que prescindirão do mimo dos pais e do conforto das suas casas, mas os ganhos no desenvolvimento integral é inquestionável, além de reforçar qualidades intrínsecas como a coragem, a solidariedade e a entreajuda.

Para os pais, pode até ser angustiante. Mas no final, as conquistas em maturidade, confiança e autonomia são compensadores do investimento financeiro do orçamento familiar.

Em resumo, em poucos dias, liberdade e responsabilidade num treino intensivo com garantia de memórias inesquecíveis para a vida inteira.
Sofia Almeida



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SEGURANÇA NA ÁGUA



 


Segundo estudos da UNICEF os acidentes de viação são a principal causa de morte acidental e lesão infantil seguida dos afogamentos.
Em plena época balnear, nunca é demais relembrar as regras de segurança na água para os mais novos, prevenindo acidentes por submersão e afogamento.
As brincadeiras na água são sempre sinónimo de prazer e de brincadeira, mas para os adultos é tempo de redobrada atenção para com os mais pequenos.
Segundo a European Child Safety Alliance, as crianças estão cerca de cinco vezes mais expostas ao risco de morte por afogamento do que os adultos.
Em Portugal, todos os anos, dezenas de crianças morrem por submersão e afogamento, para além dos números oficiais de crianças que ficam gravemente incapacitadas.
Mas, ao contrário do que se pensa muitas vezes, não são as praias ou rios onde ocorrem maior número de acidentes, mas nos ambientes familiares, como as piscinas, lagos, banheiras, tanques, alguidares e outros recipientes que contenham pelo menos um palmo de água.
Estudos indicam que o primeiro dia de férias é o mais vulnerável a este tipo de acidentes decorrentes da natural curiosidade e ansiedade das crianças para o primeiro banho.
Proporcionalmente, a criança tem a cabeça mais pesada, desequilibra-se mais e tem menor perceção de avaliação do risco.
Submersa, a criança, em dois minutos tem perda de conhecimento e entre quatro a seis minutos ocorrem danos cerebrais irreversíveis.
De acordo com a Associação Para a Promoção de Segurança Infantil (APSI) a vigilância pode ser considerada a chave de toda a prevenção e dever ser feita por um adulto “presente” que saiba “reagir” em caso de acidente.
É essencial promover a existência de barreiras físicas para atrasar o acesso à àgua (cobrir/vedar piscinas, tanques) e promover o uso de auxiliares de flutuação adequados ao tamanho e ao peso da criança (colete de salvação e braçadeiras).
Atendendo a que a sobrevivência da criança depende diretamente do salvamento nos primeiros dez minutos depois do acidente por submersão, assume especial importância para os pais uma formação básica de socorrismo que ensine a restabelecer as funções vitais no mais curto espaço de tempo.
Cabe a nós, adultos, ensinarmos as regras de segurança na água aos mais novos para que possam brincar com prazer.

Não esqueça nunca:
  • Não perca as crianças de vista, nem sequer na banheira
  • Despeje toda a àgua de baldes, alguidares ou outros recipientes logo após a sua utilização
  • Dificulte o acesso às crianças à água, cobrindo ou vedando os locais de perigo
  • Coloque braçadeiras às crianças em águas paradas, transparentes e pouco profundas
  • Coloque coletes de salvação em águas agitadas, turvas ou profundas
  • Escolha praias vigiadas e cumpra a sinalização
  • Nunca nadar sozinho
  • Nadar paralelamente à margem
  • Nunca mergulhar de cabeça sem saber qual a profundidade da água
  • Aprender a fazer reanimação cárdio-respiratória
  • Ligar 112 em caso de emergência



 Sofia Almeida