Nos nossos percursos de vida, em
todas as idades e nas situações mais inesperadas, vamos sendo marcados por
pessoas ou acontecimentos que nos surgem normalmente de forma inesperada, seja
num momento particular, em determinadas alturas ou ao longo da vida.
Um gesto, uma partilha, uma palavra,
ou um simples sorriso podem deixar-nos marcas profundas.
Segundo o Dicionário da Língua
Portuguesa da Porto Editora, o termo “marco”
poderá significar “traço ou sinal de demarcação; baliza; aquilo que marca uma
época ou uma data; facto decisivo; ponto de referência; fronteira; limite”.
Normalmente, os primeiros marcos são
os nossos pais e avós através dos “encontros” precoces que estabelecemos na
nossa infância, especialmente quando se trata de cuidadores suficientemente
intuitivos para nos adivinharem, fazendo sentir-nos amparados, seguros,
protegidos.
Mas, quando surgem em encontros
casuais, apesar de desconhecidos, ambos os intervenientes têm a sensação mútua
de grande familiaridade, de que se conhecem há muitos anos, e sentem grande
sintonia, e, portanto, com intimidade suficiente para se observarem mais
demoradamente e partilharem idiossincrasias sem receios, nem reservas.
Estes marcos poderão ser transitórios,
mas são sempre muito intensos e apresentam grandes oportunidades de
aprendizagem e transformação. Surgem através de um sentimento de proximidade
natural que nasce sem esforço, com confiança e espontaneidade de alguém de quem
gostamos, nos identificamos inteiramente, e que está em “comunhão” connosco,
inspirando-nos e motivando-nos a alcançarmos os nossos ideais.
Nem sempre tomamos consciência da
importância destes marcos no momento em que ocorrem por estarmos tão
autocentrados. Só mais tarde, num determinado momento, nos apercebemos da
importância que assumiram nas nossas vidas, traduzindo-se na mudança de
atitudes ou mesmo na filosofia de vida.
Muitas vezes são encontros com magia
própria que ocorrem por intuição e sensibilidade mútua, destroem
automaticamente preconceitos, têm um imenso poder curativo e imprimem um novo
sentido às nossas vidas.
Sofia Almeida
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