sexta-feira, 17 de maio de 2013

TREINE A SUA FELICIDADE PELA FELICIDADE DOS SEUS FILHOS



"Pessoas com mentes treinadas poderão fazer nascer crianças mais propensas a serem felizes"
Há dias li uma entrevista a Matthieu Ricard sobre a felicidade e a meditação, cujos argumentos, valem a pena partilhar, pois, estou convencida, que podem ajudá-lo a melhorar algumas atitudes e comportamentos.
Matthieu Ricard, doutorou-se em genética molecular, mas trocou Paris pelos Himalaias há quase trinta anos, tendo-se tornado num monge budista. É autor de vários livros, nomeadamente “O Monge e o filósofo” (Edições ASA) e “O infinito na palma da mão” (Edições Notícias).
Este monge garante-nos que a felicidade é uma questão de treino. É uma habilidade, uma forma de ser, e pode ser cultivada. Basta querer. Explica-nos que se não somos particularmente felizes, temos de aprender a cultivar essa forma de ser, eliminando as toxinas mentais, como o ódio, a obsessão, o ciúme, a arrogância, o orgulho e desejo e cultivar gradualmente as qualidades positivas que integram a felicidade, como o altruísmo, o amor, a compaixão ou a criatividade. Aos poucos, alguns desses venenos mais grosseiros começam a esbater-se e o resultado é uma espécie de liberdade grande ou felicidade. Cada uma destas qualidades contribui para um sentimento de florescimento e bem-estar.
Segundo Matthieu Ricard, é, pois, importante estarmos conscientes das nossas emoções e possuirmos determinados métodos para lidarmos com elas. Por exemplo, no que respeita à ansiedade, primeiro devemos tomar consciência o quanto esta é inútil e depois, perceber que se deixar a ansiedade encher a minha mente vou ficar num estado miserável. Ao tornarmos a mente mais consciente desta ansiedade, esta vai perdendo a força, porque a deixamos de a alimentar. Não a bloqueámos, deixamos só que se desvanecesse. Quando ficamos familiarizados com este processo, as emoções continuam a aparecer, mas com menos força, e gradualmente levaremos menos tempo a dissolvê-la.
Segundo o Monge, o nosso controlo das circunstâncias exteriores é mínimo e no fim estamos sempre à mercê das nossas mentes, pelo que, quando temos condições interiores para o bem-estar, os ganhos, as perdas, prazer e dor, sucessos e falhanços perdem a relevância. Ou seja, será fantástico se as coisas correrem bem, mas não é um drama se correrem mal.
Conclui então que a felicidade existe independentemente do sofrimento ou dos prazeres passageiros. Quanto mais nos confrontamos com os altos e baixos da vida, mais a reforçamos, porque ficamos menos vulneráveis às circunstâncias exteriores.
É certo que tendemos a resistir à mudança, mas existe sempre um potencial para a mudança e um dos fatores determinantes para Matthieu é a inspiração. Há predisposições biológicas para a felicidade ou infelicidade, que, numa pequena percentagem podem ser genéticas. Mas, no essencial, devemos perceber que é sempre possível cultivar condições que nos ajudem a sermos melhores. Se temos uma razão para mudar, é mais fácil.
Pelo contrário, o maior perigo é desistir. A primeira coisa a fazer é reconhecer o potencial de mudar. Depois precisamos de algum interesse e este só aparece se virmos um benefício. Devemos, pois, cultivar a nossa vida de emoções positivas. Por exemplo, se a raiva é o meu principal problema, então devemos cultivar a benevolência, enchendo-nos com este sentimento. Talvez este se torne mais forte e neutralize a raiva, porque as duas emoções são incompatíveis.
"O que há a fazer é aumentar o tempo em que nos concentramos em emoções positivas, e isso é uma questão de treino"
Um filósofo suíço chamado Alexandre Jollien defende que a meditação tem efeitos sobre o sofrimento físico e também mental.  Defende também que a depressão é um campo onde a meditação pode ser poderosa. Reconhece que é difícil começar a meditar quando se está no pico da depressão porque não se tem vontade, mas nas pessoas que já tiveram pelo menos dois episódios, os progressos de meditação baseada na atenção plena reduziram em 40% o risco de recaída.
Alerta-nos ainda para o facto de que inicialmente a meditação pode não ser divertida, mas reitera que se deixamos de meditar, os efeitos perduram igualmente porque mudamos a nossa maneira de ser. Devemo-nos consciencializar que a determinação em fazer algo para acabar com o sofrimento faz parte da nossa felicidade. Para a felicidade é muito pior fazer mal aos outros do que nos fazerem mal a nós. Não quer dizer que temos que ser passivos se nos agredirem, mas se não pudermos evitar, só temos que lidar com isso. No fundo a felicidade é usar todas as circunstâncias de forma construtiva.
Ser infeliz é uma escolha a longo prazo. Se algo acontece e não estamos treinados para lidar com isso, não temos escolha se não ficarmos angustiados. Podemos a longo prazo, aprender a lidar com isso. A escolha que temos é começar um processo de mudança, uma cultura de meditação pode criar gerações mais felizes na medida em que a cultura e educação têm uma influência determinante na forma como o cérebro das crianças se começa a moldar.
Um estudo de Michael T. Kasser mediu os níveis de consumismo de centenas de pessoas por 20 anos e concluiu que quanto mais alto é, menos felizes somos. O consumismo gera a procura dos prazeres imediatos, o que não nos traz felicidade e na nossa sociedade atual até as crianças são inundadas de anúncios proporcionando-lhes um começo tortuoso para a conquista da sua felicidade.

Sofia ALMEIDA 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

FILHOS ÚNICOS


Famílias com apenas um filho tem vindo a aumentar nas últimas décadas

A generalização das práticas do planeamento familiar, os custos de criação/educação dos filhos, vidas profissionais mais exigentes, e menor disponibilidade de tempo, são as razões mais frequentemente apontadas para este facto.

Esta tendência tem vindo a ser acompanhada por alterações sociais, pois os bebés ingressam desde cedo nos infantários, onde adquirem as suas competências relacionais de interação, partilha e negociação.

O convívio entre crianças durante a infância é crucial

Enquanto que numa fratria de irmãos, este convívio é espontâneo, no caso dos filhos únicos, este convívio entre crianças deve ser proporcionado por forma a que treinem as suas capacidades de relacionamento nas brincadeiras.

Desde que os pais estejam atentos na sua educação, promovendo momentos de interação com outras crianças em atividades recreativas, ser filho único não é uma fatalidade. A crença de que os filhos únicos são egoístas, mimados e com dificuldades de relacionamento está ultrapassada.

Contudo, se verificarmos exageros na proteção parental, ausência de regras e limites e falta de convívio com outras crianças, podem potenciar no filho único, sentimentos de egocentrismo. Os perigos de ser filho único no desenvolvimento da criança podem ocorrer quando a atenção dos pais focaliza-se apenas na criança e facilmente esta percebe o seu poder dentro do núcleo familiar. Quando isto acontece, as crianças apercebem-se da importância que assumem na vida dos pais, e tendem a quebrar as regras, ultrapassando os limites e assumindo atitudes manipuladoras.

Se os pais resistirem à tentação de dizer não em determinados momentos, os filhos poderão inclusivamente desenvolver uma fraca tolerância para enfrentarem frustrações ao longo das suas vidas. Se o filho está habituado em casa a ditar as regras, naturalmente vai procurar transpor o mesmo modelo relacional com os amigos da sua idade. Poderá faltar-lhe o treino do respeito, negociação e partilha que decorre com toda a naturalidade no relacionamento entre irmãos.

Pais atentos encontram estratégias na educação de filhos únicos

Pais atentos ao crescimento saudável do seu filho devem exercer as suas autoridades na educação e resistir à tentação de satisfazer todos os seus caprichos. O exagero na proteção limita a aprendizagem e desenvolvimento natural dos filhos e promove relações de dependência entre pais e filhos e sentimentos de insegurança dentro do núcleo familiar.

É, assim, importante promovermos espaços de interação das nossas crianças que proporcionem atividades recreativas de convívio e socialização, como o desporto, os escuteiros, as colónias de férias, ou outras atividades recreativas.

Sofia Almeida


sábado, 4 de maio de 2013

ATIVIDADES AO AR LIVRE


 
Inquestionavelmente, a família desempenha um papel fundamental nas nossas vidas. Mas, devido a vidas agitadas, as famílias passam cada vez menos tempo juntas, por isso, praticar desporto, férias e outras atividades em família, contribui para o bem-estar físico e emocional de todos.
  

…O desporto é uma excelente forma de ocupar os tempos livres e promove o convívio familiar…

A nossa mente organiza-se regularmente de forma a usufruirmos de pequenos momentos de prazer, seja através do desporto ou de outras atividades que nos deem determinados gostos pessoais.
As práticas desportivas além de contribuírem para a significativa diminuição de peso, estimulam a capacidade de concentração e o bom humor através da descarga de adrenalina e a libertação de serotonina, entre outras hormonas e neurotransmissores responsáveis pelo controlo do humor e sensação de prazer. Daí que, o desporto, praticado regularmente e com moderação, é uma fonte de divertimento individual ou em grupo potenciando uma maior harmonia e serenidade, com benefícios generalizados para o corpo e mente.


…Se aliamos a utilidade do desporto com a agradabilidade do convívio familiar, o prazer obtido será redobrado…

 As férias são uma boa oportunidade para disfrutar da vida e divertirmo-nos. Mas é importante planearmos as férias, para que sejam bem gozadas e descontraídas. A começar pelo período em que se escolhe para férias. Não adianta ir de férias a pensar no trabalho. É importante irmos descansados, delegando as nossas tarefas e responsabilidades no trabalho e em casa.
Depois desligue. Para uma vida saudável e equilibrada é essencial saber desligar-se das rotinas para ter um período agradável e descontraído. As férias servem para repor as energias, tirar partido delas e regressar com espírito renovado. O descanso é necessário para que volte a ser criativo na vida pessoal e no trabalho. Vai ver que quando regressar levará energias recarregadas para enfrentar mais positivamente as contrariedades resultantes das rotinas quotidianas dos períodos de trabalho/aulas.

Uma vida mais saudável, traz mais benefícios sociais e emocionais e todos sabemos que devemos tentar aliar o bem-estar psíquico ao físico. Por isso, saia à rua, conviva e aproveite as férias para fazer coisas novas. Seja criativo e aposte em atividades ao ar livre, que nunca ousou fazer anteriormente.
E não esqueça, não planeie regressar ao trabalho no dia imediatamente seguinte ao regresso das férias. Precisará de alguns dias de descanso.



…Liberte-se da rigidez das regras a que está habituado e volte a ser criança…
Não se limite a ver as brincadeiras dos seus filhos e faça o mesmo. Brincar com os mais novos ao ar livre pode ser das atividades mais enriquecedoras, quer do ponto de vista emocional, quer físico e permite estreitar os laços familiares.
Aprenda a criar dias relaxados, sem horários e sem compromissos. Depois, descontraia-se e mostre a criança que ainda há em si, não esquecendo nunca de dar e receber amor.

  


…Raios de sol para recarregar baterias…

 Todos sabemos que o sol é absolutamente essencial na nossa vida. Fornece-nos luz natural, calor e energia.
Em alguns minutos por dia, o sol estimula no nosso organismo a produção de serotonina, dopamina e melatonina, responsáveis pelo bom humor, energia e regulação do sono.

Ajuda o nosso organismo a produzir vitamina D, essencial aos nossos ossos, dentes, mas também a um bom funcionamento cerebral, reduzindo o risco de demência e derrame cerebral e prevenindo o cancro, segundo estudos mais recentes.

Não obstante, o prazer de disfrutar do sol deve ser com peso e medida: no inverno o sol é mais escasso e menos perigoso; no verão, evite a exposição ao sol entre as 12H00 e 16H00, usando sempre um bom protetor solar, mesmo antes de sair de casa.

Sofia Almeida