sexta-feira, 10 de maio de 2013

FILHOS ÚNICOS


Famílias com apenas um filho tem vindo a aumentar nas últimas décadas

A generalização das práticas do planeamento familiar, os custos de criação/educação dos filhos, vidas profissionais mais exigentes, e menor disponibilidade de tempo, são as razões mais frequentemente apontadas para este facto.

Esta tendência tem vindo a ser acompanhada por alterações sociais, pois os bebés ingressam desde cedo nos infantários, onde adquirem as suas competências relacionais de interação, partilha e negociação.

O convívio entre crianças durante a infância é crucial

Enquanto que numa fratria de irmãos, este convívio é espontâneo, no caso dos filhos únicos, este convívio entre crianças deve ser proporcionado por forma a que treinem as suas capacidades de relacionamento nas brincadeiras.

Desde que os pais estejam atentos na sua educação, promovendo momentos de interação com outras crianças em atividades recreativas, ser filho único não é uma fatalidade. A crença de que os filhos únicos são egoístas, mimados e com dificuldades de relacionamento está ultrapassada.

Contudo, se verificarmos exageros na proteção parental, ausência de regras e limites e falta de convívio com outras crianças, podem potenciar no filho único, sentimentos de egocentrismo. Os perigos de ser filho único no desenvolvimento da criança podem ocorrer quando a atenção dos pais focaliza-se apenas na criança e facilmente esta percebe o seu poder dentro do núcleo familiar. Quando isto acontece, as crianças apercebem-se da importância que assumem na vida dos pais, e tendem a quebrar as regras, ultrapassando os limites e assumindo atitudes manipuladoras.

Se os pais resistirem à tentação de dizer não em determinados momentos, os filhos poderão inclusivamente desenvolver uma fraca tolerância para enfrentarem frustrações ao longo das suas vidas. Se o filho está habituado em casa a ditar as regras, naturalmente vai procurar transpor o mesmo modelo relacional com os amigos da sua idade. Poderá faltar-lhe o treino do respeito, negociação e partilha que decorre com toda a naturalidade no relacionamento entre irmãos.

Pais atentos encontram estratégias na educação de filhos únicos

Pais atentos ao crescimento saudável do seu filho devem exercer as suas autoridades na educação e resistir à tentação de satisfazer todos os seus caprichos. O exagero na proteção limita a aprendizagem e desenvolvimento natural dos filhos e promove relações de dependência entre pais e filhos e sentimentos de insegurança dentro do núcleo familiar.

É, assim, importante promovermos espaços de interação das nossas crianças que proporcionem atividades recreativas de convívio e socialização, como o desporto, os escuteiros, as colónias de férias, ou outras atividades recreativas.

Sofia Almeida


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