
Um pai herói é aquele que
acolhe, acompanha e partilha o seu tempo sem nada cobrar.
Durante muito tempo, o pai foi
visto como um guerreiro, um símbolo de poder e de sustento. Muitos destes, cresceram
numa cultura defensora de que os homens não choram. Era-lhes exigido o garante
da sobrevivência da família, em condições guerreiras e ainda por cima não
podiam chorar.
Mas a imagem do pai tem vindo a
mudar. Felizmente, nos dias de hoje, os pais já não têm que engolir lágrimas
sem porem em causa a sua masculinidade. Partilham com as mulheres o sustento da
família e a realização profissional.
Sabemos que as crianças preferem
os pais que brincam consigo de igual para igual, que as aceitam tal como são,
que lhes dão espaço e as orientam, sem as condicionar quanto aos seus gostos e
preferências; ao invés dos pais que se ausentam à procura apenas de bons níveis
de vida.
É certo que as crianças acabam
por se adaptar aos discursos e disponibilidades dos pais, mesmo os mais virados
para as carreiras e aquisições consumistas. E nesta perspetiva, para a criança,
o melhor símbolo de afeto será ficar com parte desse dinheiro, seja em roupas
de marca ou brinquedos caros.
Quando há uma proximidade
calorosa e genuína entre pais e filhos, os erros dos filhos e as zangas dos
pais são situações temporárias e recuperáveis. Há mais tolerância, e menos medo
de errar, o que acaba por se refletir nas relações afetivas que estabelecem com
os outros, assim como, em termos de atitudes e opiniões, as crianças revelam-se
mais tranquilas e tolerantes com as diferenças dos outros.
Sofia Almeida