As modalidades lúdicas para as
crianças têm vindo a sofrer alterações e os quartos das crianças têm vindo a transformarem-se
em grandes espaços de entretenimento e em alguns casos, autenticas estações
eletrónicas, onde não faltam a televisão, o Leitor de DVD, a consola de jogos, o
computador, a aparelhagem de som, o tablet e o telemóvel.
No início da idade escolar, as
crianças começam a reclamar para si mesmas os brinquedos da modernidade dos
adultos. Todos sabemos que a televisão é quase presença obrigatória nas nossas
casas, sendo que, quase 100% dos lares nacionais estão equipados com pelo menos
um aparelho de televisão.
Não restam dúvidas sobre as vantagens
de acesso a programas educativos de grande qualidade, de informação disponível
na internet ou de videojogos orientados com princípios pedagógicos. Sabemos que
uma geração familiarizada com os novos media significa mais informação e
entretimento. Contudo, nem sempre a informação é aconselhada a públicos mais
impressionáveis como são os mais novos.
Têm-se multiplicado os estudos
sobre o impacto/influência da televisão sobre os mais novos, nomeadamente,
analisado a questão do acesso facilitado pelos mais novos aos conteúdos
televisivos e das novas tecnologias e à dificuldade de monitorização pelos
pais/educadores.
Ao longo do seu desenvolvimento,
as crianças vão construindo a sua personalidade, aprendendo a lidar
gradualmente com determinadas realidades, pelo que, devem ser protegidos de
experiências para as quais não estejam ainda preparadas e todos estamos
conscientes que a programação televisiva excede-se frequentemente nas cenas de
violência, que poderão provocar medos e ansiedades futuras.
O acesso incondicional e sem
monitorização parental que mais facilmente ocorre na privacidade dos quartos
das crianças, pode expô-las a momentos de significativo impacto emocional, os
quais, visionados em confraternização familiar, poderão no mínimo serem
contextualizados ou mesmo censurados, como é o caso de algumas notícias de
extrema violência divulgadas nos noticiários da noite, que com facilidade as
crianças têm acesso a fim de satisfazerem as suas curiosidades.
O poder da publicidade também não
deve ser negligenciado, mais ainda, quando exerce impacto emocional nas
crianças, valorizando o consumismo desde cedo em detrimento de princípios
morais fortalecidos.
Alguns estudos defendem que a
televisão no quarto das crianças pode também prejudicar a sua saúde física,
como fator agravante da obesidade infantil, não apenas pelo sedentarismo que é
promovido, como pelas posições de visionamento adotadas logo após as refeições.
Sofia Almeida