quinta-feira, 16 de julho de 2020

REGRAS EM CRISE

Regras em crise


Uma boa forma de promovermos o autocontrolo dos nossos filhos e ajudá-los a estabelecer os seus próprios limites é impormos disciplina desde cedo.

Preocupamo-nos em dar muito aos nossos filhos, mas exigirmos pouco. O mau comportamento muitas vezes não chega a ser penalizado, ou muitas vezes é atenuado em pouquíssimo tempo, porque o coração dos pais, entretanto amoleceu e rapidamente reconquistam tudo o que perderam. Assim, a existir, o castigo nem chegou a exercer a sua função pedagógica na mudança do mau comportamento.
O processo de mudança passa pelo estabelecimento de regras e limites por parte da família, e, se possível, nos primeiros seis anos de vida, em que a interiorização das regras e consciencialização dos limites são mais fáceis de integrar, pois na adolescência, este trabalho muitas vezes esbarra na tirania já instalada nos filhos.
Muitos pais atribuem o mau comportamento dos filhos a um qualquer problema, quando em grande parte das vezes, não associam à inexistência de autoridade parental.
Saber dizer NÃO e MANTÊ-LO dá muito mais trabalho que dizer sim. Mas, o curioso é que um não é sentido com frequência pelas crianças como uma segurança de que os pais estão atentos e as protegem de maus comportamentos e eventuais riscos.
Como refere Daniel Sampaio; “É preciso afirmar, sem subterfúgios, que não se pode educar sem autoridade, quer no contexto da família, quer no ambiente da escola. Há temas que não são negociáveis na interação com os filhos: o respeito pelos mais velhos, a proibição da linguagem obscena, o cumprimento dos horários, a obrigatoriedade de trabalhar ou estudar, a manutenção dos limites da privacidade geracional, a necessidade de cumprir em conjunto os rituais familiares (festas familiares, férias de família), entre outros”.
Sofia Almeida