Regras em crise
Uma boa
forma de promovermos o autocontrolo dos nossos filhos e ajudá-los a estabelecer
os seus próprios limites é impormos disciplina desde cedo.
Preocupamo-nos em dar muito aos nossos filhos, mas exigirmos pouco. O mau comportamento muitas vezes não chega a ser penalizado,
ou muitas vezes é atenuado em pouquíssimo tempo, porque o coração dos pais, entretanto
amoleceu e rapidamente reconquistam tudo o que perderam. Assim, a existir,
o castigo nem chegou a exercer a sua função pedagógica na mudança do mau comportamento.
O processo de mudança passa pelo estabelecimento de regras e
limites por parte da família, e, se possível, nos primeiros seis anos de vida,
em que a interiorização das regras e consciencialização dos limites são mais fáceis
de integrar, pois na adolescência, este trabalho muitas vezes esbarra na
tirania já instalada nos filhos.
Muitos pais atribuem o mau comportamento dos filhos a um
qualquer problema, quando em grande parte das vezes, não associam à inexistência
de autoridade parental.
Saber dizer NÃO e MANTÊ-LO dá muito mais trabalho que dizer
sim. Mas, o curioso é que um não é sentido com frequência pelas crianças como
uma segurança de que os pais estão atentos e as protegem de maus comportamentos
e eventuais riscos.
Como refere Daniel Sampaio; “É preciso afirmar, sem
subterfúgios, que não se pode educar sem autoridade, quer no contexto da
família, quer no ambiente da escola. Há temas que não são negociáveis na
interação com os filhos: o respeito pelos mais velhos, a proibição da linguagem
obscena, o cumprimento dos horários, a obrigatoriedade de trabalhar ou estudar,
a manutenção dos limites da privacidade geracional, a necessidade de cumprir em
conjunto os rituais familiares (festas familiares, férias de família), entre
outros”.
Sofia Almeida