sábado, 26 de abril de 2014

SAÚDE E NORMALIDADE FAMILIAR



Segundo alguns autores, os conceitos de saúde e normalidade familiar são consentâneos.

Tradicionalmente a educação para a saúde tinha por objetivos o fomento dos costumes higiénicos, o estudo da alimentação mais conveniente e a prevenção das doenças. Mas o conhecimento mais profundo e atual do ser humano, ultrapassaram aquela definição de saúde como ausência de doença.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que a saúde é um estado de bem-estar físico, psíquico e social e não apenas ausência de doença. Devemos contudo, salientar que o conceito de saúde e doença não são estáticos. A saúde é tão dinâmica como a própria vida, faz parte de um binómio saúde/doença em constante equilíbrio. É necessária uma atitude de vigilância no sentido de que a saúde não é apenas algo que se possui e conserva, mas algo que poderá ser necessário recuperar.

Atualmente ao falarmos de saúde, esta é vista como um processo, com um funcionamento transacional no tempo, sendo a família como um sistema aberto, ou melhor relativamente aberto e fechado, estando nesse equilíbrio entre a abertura e o fecho, a saúde da família.

Para Lobera “A saúde é um processo de adaptação pelo qual a criança, onde quer que esteja, joga, cresce, e se desenvolve; … o adolescente, tendo em conta os seus fracassos, alegrias, certezas e dúvidas, descobre a sua identidade e amadurece; … o adulto, quando adoece, assume a sua doença; e o idoso que envelhece e se desgasta lucidamente, positivamente, criativamente, sendo dono de si mesmo, esse é um idoso saudável”

É a família que administra um tratamento médico; transmite hábitos e costumes, fomenta atitudes. É o primeiro centro de treinos para a sua integração na sociedade. A criança será em grande parte aquilo que a sua família for. O seu bem estar físico, psicológico e social serão tanto maiores quanto as crianças cresçam numa família saudável.

As profundas mudanças socioeconómicas, culturais e políticas que se têm vindo a verificar atingem fortemente a vida das famílias, retirando-lhes funções e diminuindo o necessário protagonismo social no domínio das políticas públicas, trazendo problemas de natureza económica, social e ética a cada um dos seus membros.

A instituição família deve continuar a merecer uma atenção prioritária ao nível dos governos e organizações nacionais e internacionais, no sentido da promoção de condições indispensáveis ao desempenho das suas capacidades e responsabilidades.

Segundo Ribeiro “A instituição familiar é reconhecida mundialmente como a mais pequena célula fundamental da sociedade, insubstituível em muitas das suas funções; é o lugar de encontro, de diálogo, de aprender a amar e a ser solidário entre várias gerações. É ainda a principal fonte de apoio material, afetivo e moral”.

Questionam-se modelos educativos, põem-se causa os valores atuais, discutem-se práticas educativas, mas instala-se lentamente uma atitude de permissividade face a determinados comportamentos e atitudes outrora impensáveis.

As escolas e outras instituições educativas têm cada vez mais o papel da ocupação e educação das crianças e jovens o que poderá implicar uma menor intervenção da família, perda de autoridade ao até desqualificação parental.

Uma família coesa, carinhosa, acolhedora e confiante, terá com grande probabilidade, crianças felizes, íntegras e alegres. É nela que a criança encontra a força necessária para continuar a perder as suas incertezas, em busca de novos horizontes.


Sofia Almeida