Segundo alguns autores, os
conceitos de saúde e normalidade familiar são consentâneos.
Tradicionalmente a educação para
a saúde tinha por objetivos o fomento dos costumes higiénicos, o estudo da
alimentação mais conveniente e a prevenção das doenças. Mas o conhecimento mais
profundo e atual do ser humano, ultrapassaram aquela definição de saúde como
ausência de doença.
A OMS (Organização Mundial de
Saúde) afirma que a saúde é um estado de bem-estar físico, psíquico e social e
não apenas ausência de doença. Devemos contudo, salientar que o conceito de
saúde e doença não são estáticos. A saúde é tão dinâmica como a própria vida,
faz parte de um binómio saúde/doença em constante equilíbrio. É necessária uma
atitude de vigilância no sentido de que a saúde não é apenas algo que se possui
e conserva, mas algo que poderá ser necessário recuperar.
Atualmente ao falarmos de saúde, esta
é vista como um processo, com um funcionamento transacional no tempo, sendo a
família como um sistema aberto, ou melhor relativamente aberto e fechado,
estando nesse equilíbrio entre a abertura e o fecho, a saúde da família.
Para Lobera “A saúde é um
processo de adaptação pelo qual a criança, onde quer que esteja, joga, cresce,
e se desenvolve; … o adolescente, tendo em conta os seus fracassos, alegrias,
certezas e dúvidas, descobre a sua identidade e amadurece; … o adulto, quando
adoece, assume a sua doença; e o idoso que envelhece e se desgasta lucidamente,
positivamente, criativamente, sendo dono de si mesmo, esse é um idoso saudável”
É a família que administra um
tratamento médico; transmite hábitos e costumes, fomenta atitudes. É o primeiro
centro de treinos para a sua integração na sociedade. A criança será em grande
parte aquilo que a sua família for. O seu bem estar físico, psicológico e
social serão tanto maiores quanto as crianças cresçam numa família saudável.
As profundas mudanças
socioeconómicas, culturais e políticas que se têm vindo a verificar atingem
fortemente a vida das famílias, retirando-lhes funções e diminuindo o
necessário protagonismo social no domínio das políticas públicas, trazendo
problemas de natureza económica, social e ética a cada um dos seus membros.
A instituição família deve
continuar a merecer uma atenção prioritária ao nível dos governos e
organizações nacionais e internacionais, no sentido da promoção de condições indispensáveis
ao desempenho das suas capacidades e responsabilidades.
Segundo Ribeiro “A instituição
familiar é reconhecida mundialmente como a mais pequena célula fundamental da
sociedade, insubstituível em muitas das suas funções; é o lugar de encontro, de
diálogo, de aprender a amar e a ser solidário entre várias gerações. É ainda a
principal fonte de apoio material, afetivo e moral”.
Questionam-se modelos educativos,
põem-se causa os valores atuais, discutem-se práticas educativas, mas instala-se
lentamente uma atitude de permissividade face a determinados comportamentos e
atitudes outrora impensáveis.
As escolas e outras instituições
educativas têm cada vez mais o papel da ocupação e educação das crianças e
jovens o que poderá implicar uma menor intervenção da família, perda de
autoridade ao até desqualificação parental.
Uma família coesa, carinhosa,
acolhedora e confiante, terá com grande probabilidade, crianças felizes,
íntegras e alegres. É nela que a criança encontra a força necessária para continuar
a perder as suas incertezas, em busca de novos horizontes.
Sofia Almeida