“Educadores informados e criativos estão melhor preparados
para pensarem em formas saudáveis de educar.”
Pensamos que, de certa forma, nunca como hoje foi tão difícil educar os filhos. O estilo de vida atual, em que muitas vezes falta o tempo para dialogar e conviver em família, a angústia associada às práticas educativas desadequadas de anteriores gerações, bem como as mais recentes mudanças estruturais nas famílias, levam os pais a sentirem falta de confiança sobre as suas próprias práticas parentais, questionando-se frequentemente se devem adotar um modelo de educador mais autoritário ou mais permissivo, nas tomadas de decisão na vida dos filhos.
É importante que os pais fiquem mais conscientes do poder das suas práticas educativas e do seu caráter preventivo na vida dos filhos, ensinando-lhes a desenvolverem comportamentos e valores que promovam o seu equilíbrio emocional e a integração social, evitando comportamentos desajustados e/ou desviantes, como sejam a agressividade, insucesso escolar ou baixa-auto-estima.
Não há um modelo único de família. Temos vindo a verificar nas últimas décadas transformações estruturais familiares ao nível das formas, tipologias, dinâmicas, relações e papéis. Não obstante, as variadíssimas definições do conceito de família, resulta do comum senso que a família é a estrutura onde se inicia o processo de socialização, de aprendizagem cognitiva e emocional e de realização afetiva das crianças. As Famílias são o motor para o desenvolvimento harmonioso dos seus elementos mais novos.
Pensamos que nas atuais sociedades ocidentais, a Educação Parental é um recurso por vezes subaproveitado, pelo que, apostamos no reforço e qualificação das competências parentais. Todos sabemos que as famílias têm diferentes necessidades e potencialidades. E é importante ajudar as famílias a tomarem consciência das suas dificuldades, mas aprenderem a servirem-se das suas potencialidades para procederem a mudanças positivas e duradouras, que se reflitam em novas formas de comunicação com os filhos, de expressão das emoções e de resolução de conflitos.
A comunicação, o controlo, a proximidade, calor afetivo e maturidade das exigências dos filhos, são domínios de estudo de Educação Parental a desenvolver futuramente, mas no essencial, acreditamos que os pais devem seguir os seus instintos, adotando práticas saudáveis assentes numa maior confiança em si mesmos, como pais, aumentando a satisfação com a parentalidade e, sobretudo, criando filhos mais felizes.
A não esquecer:
- Dê-lhes muito afeto e carinho. Pais que amam os filhos e cuidam deles, ajudam a formar adultos, que se tornarão pilares da comunidade;
- Mantenha proximidade e sensibilidade às necessidades dos filhos;
- Mantenha uma disponibilidade permanente para os ouvir, dar-lhes a sua opinião e estimular as suas capacidades de reflexão e de crítica construtiva;
- Evite posturas extremas de autoritarismo ou permissividade;
- Estabeleça normas familiares, responsáveis e claras;
- Ajude a desproblematizar as dificuldades do dia-a-dia e ajude-os a tomar decisões, ponderando as vantagens e inconvenientes de cada opção;
- Ajude-os a terem confiança em si próprios e a perceberem que muitas das suas inseguranças não têm fundamento e até são naturais;
- Acompanhe as atividades dos filhos, conheça os seus amigos e respeite as suas escolhas.